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Os liberais, os puritanos e a verdade sobre o eros

Salve Maria Puríssima!

Quando se fala sobre “desejo” – também chamado de eros- , os ouvintes costumam se dividir em dois grupos, dois extremos: Os mais “puritanos”, pensam que o desejo é essencialmente mal e deve ser reprimido custe o que custar; já os “liberais” pensam que, se é um extinto natural, temos mais é que ceder logo e não pensar duas vezes. Entretanto, existe um meio termo – um equilíbrio – nessa história, e nesse caso, não se trata de gente “morna”, mas de pessoas que como São João Paulo II, souberam refletir sobre a verdade do eros perante Deus. 

Há quem viva hoje o que Christopher West, mais renomado professor e promotor da Teologia do Corpo nos últimos tempos, chama de “dieta de inanição” e há também quem viva uma “dieta de fast food.

Os que vivem a dieta de inanição, são aqueles que consideram o eros, o desejo presente no ser humano, essencialmente mal e fazem de tudo para reprimi-lo. Christopher diz que eles possuem uma mentalidade farisaica, pois buscam se conformar com as regras sem passarem por uma transformação do coração. Eles consideram o desejo mal em sua essência.

Já aqueles que vivem a dieta do fast-food, não estão “nem aí”. Eles sabem que só comer fast-food faz mal, não sustenta e causa problemas de saúde, mas eles não estão interessados nisso. Eles preferem se esbaldar de prazer no fast-food, mesmo que possam morrer por isso, mesmo sabendo que o seu corpo foi feito para um banquete e não para esse alimento que não nutre. Essa analogia da dieta do fast-food, se refere aqueles que vivem uma vida pelo desejo em si, e somente por ele, apesar de saberem que dentro de si existe um desejo muito maior, um anseio por Deus, eles preferem buscar sua saciedade em algo que não sacia. 

Diante dessas duas realidades, é claro que o demônio sabe tirar proveito disso. Na disputa entre inação e fast food, o fast food costuma a ganhar. Mas, queremos contar uma novidade para você, a Boa Nova de Cristo que São João Paulo II relembra em sua Teologia do Corpo: Você não foi criado para a inanição, ou para viver de fast-food, você foi criado para o BANQUETE ETERNO! 

Para que você compreenda isso, vamos reformular todo o falso conceito de “desejo” à luz da redenção de Cristo. A melhor forma de definir algo é colocando a sua causa final, dessa forma, pense no eros, no desejo, como um foguete. O foguete não foi criado para ficar parado, ou para se espatifar no chão, o foguete foi usado para voar até o céu! Da mesma forma, esse desejo presente em nós, foi colocado por Deus no coração do homem para ser uma potência de união a Deus! Como um foguete que nos leva a Deus.

Não à toa, Santo Agostinho dizia:

“Fizeste-nos para Ti e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em Ti”. 

Pense lá no Gênesis, você acha que o desejo, considerado hoje o pior dos monstros, que Deus colocou no coração de Adão e Eva era ruim? Óbvio que não, Deus não é capaz do mal, Deus é o Sumo Bem. A questão é que com o pecado original esse desejo foi pervertido pelo mal, mas é preciso entender que a sua raiz é essencialmente boa! Sendo assim, ao invés de reprimi-lo, ou ceder totalmente a essa perversão, precisamos reorientar esse desejo para o Amor! Além do mais, Cristo veio redimir o homem. Como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica: 

“Jesus veio restaurar a Criação na pureza de sua origem”. (CIC – 2336)

Por isso a virtude da castidade, infelizmente a menos popular entre os cristãos, serve para nos ensinar a reorientar o eros para a sua causa final. Ela molda os desejos ao amor, ela faz que os esposos esperem um ao outro, para não viverem de fast-food, mas para, como casal, buscarem o Banquete Eterno prometido para aqueles que perseverarem no amor. E assim também funciona com as outras vocações, outros estados de vida, mesmo aqueles que nunca viverão uma união carnal, pois através dessa virtude, eles também reorientam toda a potência do eros para a sua plenitude e verdadeiro sentido!

Que possamos permitir que a redenção de Jesus, Nosso Senhor, transforme os nossos corações e reoriente essa potência do eros para a Verdade!

São João Paulo II, rogai por nós!

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