Uma das formas de perceber se de fato a vida de alguém foi admirável é conhecendo como essa pessoa morreu. No entanto, a morte não costuma ser um assunto muito agradável. Neste artigo conversaremos sobre uma verdade que você jamais deve esquecer: você vai morrer.
A maioria das pessoas não costuma pensar muito sobre a morte, ela parece algo distante e só se torna assunto mesmo quando alguém que amamos vem a falecer. Se não for o caso, a morte parece ser um assunto proibido, que só deve vir à tona em casos estritamente específicos.
Mas, a verdade é que, devemos nos recordar da morte todos os dias, e se você quiser aproveitar de todos os frutos desse exercício, deve fazer da morte a sua amiga. Não se assuste, esse artigo não é nada macabro ou coisa parecida, até mesmo São Francisco de Assis se referia à morte como a “irmã morte” e com naturalidade e alegria dizia o Beato Carlo Acutis: “Eu estou destinado a morrer”.
Como eu havia escrito no início do artigo, para termos certeza se de fato a vida de alguém foi admirável, basta observarmos a forma como essa pessoa morreu. A morte só será boa e serena se ela for o reflexo de uma vida bem vivida, do contrário ela será um momento de muita angústia e remorso. Por exemplo, o filósofo francês Michel Foucault, tão exaltado nas escolas e faculdades por aí, passou seus últimos seis anos de vida em um apartamento em Paris consumindo todos os tipos de drogas — ele até cultivava um pé de maconha na varanda de sua casa — e morreu depois de ter adquirido AIDS. Em seu apartamento ainda foram encontrados vários tipos de instrumentos para práticas sadomasoquistas.
Se o seu pensamento filosófico era de fato tão importante para o desenvolvimento da sociedade, por que ele não usou dele e de sua vida para deixar seu legado com uma morte mais digna de um homem?
É tão verdade que a morte é uma espécie de “resumo da vida” que o traidor Judas Iscariotes morreu sem receber perdão, cometendo suicídio. Enquanto São Pedro, que também havia negado Jesus, se arrependeu, foi reerguido e pela sua morte tornou- se mártir!
Portanto, se não queremos correr o risco de viver uma vida inútil, devemos ter sempre a morte diante dos nossos olhos. Pois, é confrontando a morte que passamos a valorizar o eterno e abandonar o trivial.
A morte pode nos revelar o quanto as nossas ações são fúteis, egoístas e superficiais, ou, o quanto transcendem a miséria humana, o que as faz adquirir um caráter de eternidade, daquilo que não passa, daquilo que é maior do que nós mesmos. A morte nos mantém a salvo de mentiras, vaidades e, acima de tudo, do próprio pecado.
Você não quer morrer como um preguiçoso, que não conseguia nem sequer fazer as tarefas mais corriqueiras.
Você não quer morrer como um inútil, que trocava o cumprimento do dever por sonhos de grandeza.
Você não quer morrer como um coitado, com quem ninguém pode contar.
Você não quer morrer como um carrancudo, que era convidado a contragosto para a festa de Natal.
Eu sei o que você QUER, mas o que você está FAZENDO?
Quando confrontamos a morte paramos de deixar as coisas importantes para depois, além do mais, esse dia pode ser o nosso último! A hora de agir, mudar, tomar a sua cruz e seguir a Cristo é agora!
Que possamos meditar sempre sobre a morte para vivermos uma vida nobre e podermos exclamar com São Paulo no nosso último dia:
“Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé”. (2 Timóteo 4, 7)