Salve Maria!
Você já negou ajudar alguém, como um familiar, porque queria rezar ou se sentiu mal por ter parado de rezar para ajudar alguém? Hoje, vamos falar sobre isso.
O título desse artigo pode parecer um pouco confuso, quando lido pela primeira vez. Mas é, na verdade, um conselho importantíssimo para quando as coisas não saem como esperávamos.
Aconselhamos sempre, que todos tenham um plano de vida. Um plano de vida é a enumeração dos objetivos que uma pessoa pretende concretizar ao longo da sua vida e uma forma concreta de realizá-lo, através do cumprimento de certas atividades todos os dias.
Mas, todos nós devemos ser pessoas flexíveis. Haverá dias em que planejaremos as coisas de uma forma, mas elas não sairão conforme o esperado. Pode ser porque alguém à nossa volta está doente ou porque alguém nos pediu ajuda.
Quando não conseguimos fazer todas as orações que nos propomos a fazer por precisarmos servir a Deus de outra forma, precisamos lembrar a nós mesmos que não estamos deixando Deus de lado para fazermos algo mundano. Antes, estamos trocando Deus, pelo próprio Deus! Independente de em qual ofício, ainda estaremos amando a Deus.
Se for possível, passe a oração que iria fazer para outro horário. Se não, faça com amor e espírito oracional o serviço que terá de fazer.
Santa Francisca Romana é um exemplo de como o serviço também agrada a Deus. Certa vez, a Santa estava rezando o Ofício à Santíssima Virgem e seu marido a interrompeu pedindo favores quatro vezes. Nas quatro vezes, pacientemente a Santa interrompeu sua oração e foi ao encontro do marido. Quando voltou para a oração pela quarta vez, se surpreendeu que a antífona estava escrita com letras de ouro. E, compreendeu quão agradável seu serviço ao marido foi para a Virgem Santíssima. Mesmo quando interrompida na oração, Santa Francisca Romana não deixava de estar com Deus, só passava a estar com Deus em outra circunstância.
Seria uma grande presunção nossa nos irritar por não podermos rezar como preferíamos. Mais do que confiar no nosso planejamento, devemos confiar em Deus que é o objetivo desse planejamento. Como disse o Senhor ao povo antigo: “Maldito o homem que confia em outro homem” (Jeremias 17,5).
Nossa confiança em Deus e nosso objetivo deve ser mais nobre que simplesmente “cumprir uma tabela de deveres”. Com discernimento, peçamos a Deus a graça de aprender a deixá-lo, para servi-lo.
No livro Tratado a Conformidade com a vontade de Deus de Santo Afonso, o santo mostra que mesmo a oração, quando não é a Vontade de Deus, se torna repugnante: “(…) quanto mais uma pessoa está unida com a vontade divina maior será o seu amor. Penitências, meditações, comunhões e obras de caridade, praticadas para com o nosso próximo, são de certo agradáveis a Deus mas, quando estas obras são feitas em conformidade com a sua vontade, mas, quando elas não se praticam pela vontade de Deus, não só lhe são desagradáveis, mas odiosas e merecedoras unicamente de castigo.”
Para finalizar, gostaria de lembrá-los da Parábola do Bom Samaritano. Cristo diz que um homem foi despojado e espancado por ladrões. Passou no lugar onde estava este homem um sacerdote, viu o homem e não o ajudou. Em seguida passou um levita, homem dedicado ao serviço do templo, viu o ferido e não o ajudou. E, então, passou um samaritano e ajudou-o com compaixão. Mesmo se a “desculpa” desse sacerdote e deste levita para não terem parado fosse “preciso chegar logo no templo” não seria válido. Seus corações estavam frios e não souberam reconhecer qual era a Vontade de Deus naquele momento.
Fique com Deus, independente da circunstância!