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Guia Prático para o Temperamento Fleumático

Os temperamentos fazem parte da constituição fisiológica do nosso ser e dizem muito sobre nossas tendências naturais. No entanto, eles nunca devem ser encarados como completamente determinantes em nossa vida, muito menos como um horóscopo ou algo parecido. 

Neste artigo, você conhecerá um guia prático sobre o temperamento fleumático que poderá ajudar, de forma concreta, tanto os fleumáticos de plantão, como as pessoas que convivem com os fleumáticos.

Inicialmente, precisamos ter em mente duas características importantes sobre este temperamento: ele é frio e úmido

Frio, porque o grau de excitabilidade e a velocidade na resposta aos estímulos externos é baixo. Por exemplo, o fleumático não é aquele tipo de pessoa que responderá diretamente a uma ofensa, logo depois que ela foi proferida — diferente do sanguíneo e do colérico, que são quentes e respondem mais rapidamente.

Mas, acontece que, ao contrário do melancólico, a durabilidade das impressões causadas pelos estímulos exteriores é baixa. Ou seja, enquanto o melancólico se recordará daquela ofensa com maior facilidade, o fleumático tem a tendência de esquecê-la, essa é a característica úmida. 

Já ouvi alguns amigos chamando os fleumáticos de “árvores”, dizendo que eles “não sentem nada” e também não “fazem nada”, só “existem”. Vamos com calma, nossos amigos fleumáticos não são “árvores”.

Na verdade, o elemento da natureza que caracteriza esse temperamento é a água. Veja bem, a água é fria e úmida. A qualidade fria do fleumático faz com que ele primeiro concentre as informações, e só depois de concentrá-las, ele então consegue se expressar — assim como o gelo, que precisa ser firme para ser útil. E a sua característica úmida faz com que ele envolva os demais. Não é incomum, por exemplo, que em uma reunião enquanto os coléricos, fleumáticos, melancólicos e sanguíneos estão brigando, o fleumático não se envolver, já que ele costuma estar procurando entender e explicar o que está, de fato, acontecendo. 

Por isso, dizemos que o fleumático tem a tendência de julgar as situações de forma objetiva e não segundo seus sentimentos e emoções. Não à toa, eles costumam ser grandes conciliadores e diplomatas. 

Mas, o maior desafio do fleumático é a INAÇÃO. Como vimos, nossos amigos fleumáticos não são árvores. Se você é um fleumático e está lendo isso, entenda: existe uma grande potência dentro de você, mas você precisa despertá-la! Está na hora de se movimentar, além do mais, água parada dá dengue, não é?

O defeito dominante desse temperamento é a acídia. A acídia é uma doença espiritual, uma espécie de preguiça “vocacional”, ou seja, uma preguiça e tristeza diante do desafio da própria vida e até da santidade. 

Uma forma muito prática de combater esse defeito — e que, acredite, está em seu alcance — é a alteração do seu tipo de diversão. O lazer dos fleumáticos costuma ser uma atividade que não exija praticamente nada dele, como passar a tarde assistindo série, ou dormindo. 

Por isso, buscar diversões que coloquem o fleumático em ação é essencial! Por exemplo, assistir séries o dia todo pode ser muito cômodo para você, mas praticar algum esporte te fará dar passos concretos em direção ao amadurecimento e formação da sua personalidade. 

Já que o “motor passional” (dos sentimentos, emoções) do fleumático não é tão potente, é melhor que ele use o “motor da inteligência”. O fleumático já tem a tendência natural de possuir um olhar mais objetivo da realidade, então, é preferível que ele use esse olhar para encontrar a verdade e ser movido por ela!

Um grande exemplo para os fleumáticos é Santo Tomás de Aquino. Mesmo sendo fleumático, Santo Tomás venceu a sua tendência à acídia e se tornou um dos maiores santos da nossa Igreja! 

Aquele que possui o temperamento dos tachados como “preguiçosos”, escreveu a Suma Teológica! E acredite, meu amigo fleumático, você também é capaz de ir longe, mas é necessário se colocar em movimento! 

Para finalizar, deixo uma passagem que nos convocará a ação: 

“Quando acabou de falar, disse a Simão: ‘Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar’.” (Lucas 5,4)

 

Abraços! 

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